Neste guia básico, escrevo sobre os principais indicadores econômicos brasileiros e internacionais. Entenda como PIB, inflação, Selic e outros índices funcionam, suas influências na economia e impactos diretos nas decisões de investimentos e políticas monetárias.
Indicadores Fundamentais
PIB (Produto Interno Bruto): representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país em determinado período. É o principal termômetro da atividade econômica, sendo divulgado trimestralmente pelo IBGE.
IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo): mede a variação de preços para consumidores com renda entre 1 e 40 salários mínimos. É o indicador oficial da inflação no Brasil, fundamental para a política monetária do país.
Taxa Selic: principal instrumento de política monetária do Banco Central, influencia todas as demais taxas de juros da economia.
Quando alta:
– Encarece o crédito e empréstimos
– Reduz o consumo, pois as pessoas têm menos acesso a financiamentos
– Desacelera a economia, reduzindo pressões inflacionárias
– Torna investimentos em renda fixa mais atrativos
– Desestimula expansão e novos empreendimentos devido ao alto custo do capital
Quando baixa:
– Torna o crédito mais barato e acessível
– Estimula o consumo e os investimentos produtivos
– Aquece a economia, com maior circulação de dinheiro
– Facilita expansão das empresas devido ao menor custo de capital
– Pode pressionar a inflação devido ao aumento do consumo
Impactos nos Investimentos:
Alta: Favorece aplicações em renda fixa e títulos públicos
Baixa: Tende a beneficiar investimentos em renda variável, pois as empresas têm maior potencial de crescimento
Impacto no Câmbio:
Alta: Atrai investimentos internacionais, tendendo a valorizar o real
Baixa: Reduz entrada de capital estrangeiro, podendo pressionar o câmbio
Indicadores de Mercado
IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado): calculado pela FGV, mede as flutuações de preços em diferentes estágios da atividade econômica. Amplamente utilizado para reajustes contratuais, especialmente aluguéis.
CDI (Certificado de Depósito Interbancário): taxa que regula operações diárias entre bancos. Serve como referência para diversos investimentos de renda fixa e geralmente acompanha a Selic.
TR (Taxa Referencial): calculada a partir das taxas dos principais bancos do país. Utilizada como referência para diversos produtos financeiros, incluindo poupança e FGTS.
Indicadores Sociais e Setoriais
INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor): foca nas variações de preços que afetam famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos. Fundamental para reajustes salariais e benefícios sociais.
IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central): funciona como prévia mensal do PIB. Permite acompanhamento mais frequente da atividade econômica.
PIM-PF (Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física): monitora a produção física industrial em 26 setores diferentes. Essencial para avaliar o desempenho do setor industrial.
Indicadores Financeiros Empresariais
ROE (Return on Equity): mede o retorno sobre o patrimônio líquido, calculado pela divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido.
EBITDA: indica a capacidade operacional de geração de caixa de uma empresa. Fundamental para análise de desempenho empresarial.
Liquidez Corrente: avalia a capacidade de pagamento de curto prazo das empresas. Calculado pela divisão do ativo circulante pelo passivo circulante.
Indicadores Internacionais
Balança Comercial: registra as transações de importação e exportação do país. Fundamental para análise do setor externo da economia.
Taxa de Câmbio: relação entre moeda nacional e estrangeiras, especialmente o dólar. Impacta preços, comércio exterior e investimentos.
Os indicadores econômicos funcionam como uma bússola para compreender o desempenho da economia. Cada um possui sua especificidade e, quando analisados em conjunto, fornecem um panorama completo da situação econômica de um país. São ferramentas essenciais para a tomada de decisões, tanto para políticas públicas quanto para estratégias de investimento.
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