* Episódio publicado em 26 de dezembro de 2024

Quando falamos em economia, poucos conceitos são tão fundamentais e abrangentes quanto a oferta e a demanda. Estas duas forças, aparentemente simples, são responsáveis por determinar preços, regular mercados e influenciar decisões econômicas em todos os níveis – do consumidor individual às grandes corporações e governos.
Neste terceiro episódio do Schivas Cast, mergulhamos nesse mecanismo essencial que está presente em praticamente todas as transações econômicas do nosso dia a dia. Através de exemplos concretos e situações reais, Schivas demonstra como a interação entre oferta e demanda afeta desde o preço das camisetas que compramos até o valor do combustível que abastece nossos veículos.
Compreender este equilíbrio dinâmico é fundamental para qualquer pessoa que deseje entender como funciona a economia, tomar decisões financeiras mais informadas ou simplesmente fazer melhores escolhas como consumidor. Acompanhe esta explicação clara e acessível sobre as forças que, em última análise, movem toda a economia mundial.

Vamos falar sobre oferta e demanda. Toda economia pode ser explicada por esses dois conceitos fundamentais. O preço dos produtos e serviços se ajusta para equilibrar a oferta e a demanda.

Por exemplo, imagine que uma fábrica produz mil camisas para venda, mas há dois mil compradores interessados. O preço das camisas aumentará até atingir um ponto em que apenas os mil compradores mais dispostos a pagar adquirem as camisas. O contrário também acontece: se a fábrica produz mil camisas, mas apenas 500 pessoas querem comprá-las, o preço precisará cair para atrair mais compradores até que todas as camisas sejam vendidas.

No entanto, diversos fatores externos podem influenciar a oferta e a demanda, causando desequilíbrios temporários. Um exemplo clássico no Brasil foi a exigência de kits de primeiros socorros nos carros. De repente, surgiu uma enorme demanda por itens como esparadrapos, gazes e antissépticos, que antes tinham um mercado equilibrado. Esse aumento repentino na demanda fez os preços subirem, até que a produção aumentou para atender ao novo mercado. No entanto, quando a lei foi revogada, a demanda desapareceu, gerando um excesso de oferta e consequente queda nos preços.

Outro exemplo prático é o impacto da variação de preços das matérias-primas nos produtos finais. Se o preço do milho sobe, a ração animal pode ter sua composição alterada para reduzir a quantidade de milho. Isso pode afetar a produção de carne e até de cerveja, pois o milho também pode ser utilizado como insumo na indústria cervejeira. Um caso notório foi a alteração da fórmula da cerveja por uma grande empresa para reduzir custos quando o preço do lúpulo aumentou.

A oferta e a demanda também influenciam setores estratégicos, como o de energia. O petróleo, por exemplo, é um insumo fundamental para diversas indústrias. Quando seu preço sobe, os custos de produção aumentam em várias cadeias produtivas. Organizações como a OPEP podem manipular a oferta de petróleo para tentar regular o preço global, demonstrando como fatores externos afetam o equilíbrio de mercado.

No setor agrícola, a oferta e a demanda são impactadas por sazonalidades e fatores climáticos. Uma vez plantada uma safra de milho ou soja, a colheita é inevitável. Mesmo com estoques reguladores, eventos climáticos podem afetar a produção e gerar variações nos preços, impactando diretamente a inflação.

Por fim, o câmbio também é influenciado por oferta e demanda. Se muitas pessoas querem comprar dólares, seu preço sobe; se muitos querem vender, ele cai. Fatores como taxa de juros, investimentos estrangeiros e estabilidade econômica influenciam essa dinâmica. O Banco Central pode definir a taxa básica de juros (como a Selic no Brasil), mas os juros de longo prazo são determinados pelo mercado, conforme oferta e demanda.

Em resumo, a oferta e a demanda regulam o mercado, definem preços e são influenciadas por diversos fatores externos, tornando o equilíbrio econômico um processo dinâmico e em constante ajuste.

Schivas é investidor desde 2006, sobrevivente da crise de 2008 chegando a lucrar com a correção do covid em 2020.

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