* Episódio publicado em 26 de dezembro de 2024
No universo dos mercados financeiros, poucos indicadores são tão observados e analisados quanto a curva de juros. Este indicador econômico aparentemente simples, carrega informações valiosas sobre as expectativas econômicas futuras e tem sido historicamente um dos melhores preditores de ciclos econômicos.
Neste sexto episódio do Schivas Cast, mergulhamos no mundo das taxas de juros e como elas se comportam em diferentes prazos. Entender a curva de juros é um conhecimento técnico para economistas e investidores profissionais, mas uma ferramenta que pode ajudar qualquer pessoa a interpretar sinais sobre o futuro da economia.
Schivas explica de forma clara e acessível por que normalmente pagamos mais juros por empréstimos de longo prazo, o que significa quando essa lógica se inverte, e como os bancos centrais influenciam esse importante indicador. Prepare-se para compreender um dos conceitos mais importantes para navegar com mais segurança pelo mundo das finanças e investimentos.

Agora, vamos entender o que é a curva de juros. A curva de juros indica as taxas de juros pagas, por exemplo, por títulos do governo americano em diferentes prazos: um mês, dois meses, três meses, um ano, três anos, cinco anos, sete anos, e assim por diante. Ao conectar esses pontos, obtemos uma curva que reflete o comportamento das taxas ao longo do tempo.
A condição normal dessa curva é ascendente, ou seja, quanto maior o prazo, maior o juro. Isso faz sentido porque, ao emprestar dinheiro por um período mais longo, há mais riscos envolvidos, como inadimplência e inflação. Assim, os investidores exigem uma taxa de juros maior para prazos mais longos.
No entanto, existem momentos em que essa lógica não se mantém e ocorre a chamada “inversão da curva de juros”. Esse fenômeno acontece quando os juros de curto prazo superam os de longo prazo. Por exemplo, se os juros de três meses estiverem maiores que os de 10 anos, ou os de um ano estiverem superiores aos de 10 anos, isso indica alguma anomalia no mercado.
A inversão da curva geralmente ocorre quando o mercado prevê uma recessão. Suponha que os juros atuais estejam em 5% ao ano, definidos pelo Fomc e implementados pelo Federal Reserve (Fed), e os juros de 10 anos estejam em 3%. Isso sugere que os investidores acreditam que a economia desacelerará no futuro e que o banco central reduzirá os juros para estimular o crescimento. Assim, o retorno médio esperado para os próximos 10 anos fica menor, resultando na inversão da curva.
A curva de juros é influenciada por vários fatores, incluindo as ações do banco central. O Fomc define e o Fed implementa a taxa básica de juros de curto prazo, e o mercado determina os juros de prazos mais longos. Entretanto, o banco central pode intervir no mercado comprando ou vendendo títulos, o que afeta a curva de juros.
Quando o banco central compra títulos (quantitative easing, QE), aumenta a demanda por esses papéis, elevando seus preços e reduzindo os juros. Por outro lado, quando vende títulos (quantitative tightening, QT), aumenta a oferta, reduzindo os preços e elevando os juros.
Um conceito importante a se entender é a relação inversa entre juros e preços dos títulos. Se um título que pagará US$ 100 em um ano for vendido hoje por US$ 90, o juro é de aproximadamente 10%. Se o mesmo título for vendido por US$ 99, o juro será de apenas 1%. Portanto, quando os juros sobem, os preços dos títulos caem, e vice-versa.
No próximo episódio, explicaremos como o banco central cria e controla a taxa de juros, determinando os rumos da economia.
Schivas é investidor desde 2006, sobrevivente da crise de 2008 chegando a lucrar com a correção do covid em 2020.
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