* Episódio publicado em 26 de dezembro de 2024
Poucos fenômenos econômicos afetam tão diretamente o dia a dia das pessoas quanto a inflação. Sentimos seus efeitos quando percebemos que nosso dinheiro compra menos do que antes, quando os preços nos supermercados sobem constantemente, ou quando nossas economias parecem perder valor com o passar do tempo.
Neste quinto episódio do Schivas Cast, vamos além das definições superficiais para entender o que realmente causa a inflação e como ela difere da simples alta de preços. Exploramos também seu oposto, a deflação, um fenômeno temido por governos mas que pode beneficiar consumidores em determinados setores.
Compreender estes conceitos é fundamental não apenas para interpretar notícias econômicas, mas também para tomar decisões financeiras mais inteligentes. Afinal, em um mundo onde o valor do dinheiro está em constante mudança, saber como proteger seu patrimônio torna-se uma habilidade essencial para qualquer pessoa.

Agora que entendemos a oferta, a demanda e o efeito Cantillon, é importante diferenciar inflação de inflação de preços.
Inflação é o aumento da quantidade de dinheiro em circulação acima do crescimento da produtividade. Isso significa que, com mais dinheiro circulando para a mesma quantidade de bens e serviços, o valor do dinheiro é diluído. Já a inflação de preços se refere ao aumento dos preços de uma cesta de produtos representativa do consumo médio da população.
Os índices que medem a inflação de preços, como o CPI nos Estados Unidos, podem ser manipulados. Por exemplo, se o preço da carne sobe e a população passa a consumir frango, essa substituição pode fazer com que o índice oficial não reflita adequadamente o aumento do custo de vida. Esses índices, apesar de questionáveis, influenciam decisões importantes, como a política monetária dos bancos centrais.
Se a base monetária cresce excessivamente, a economia é diluída e os preços tendem a subir de forma generalizada. Governos geralmente estabelecem metas de inflação – como 2% ao ano – para tentar manter a economia estável. No entanto, essa inflação constante significa que o poder de compra do dinheiro diminui ao longo do tempo. Por exemplo, uma herança de $100.000 perderia cerca de 20% de seu valor real em 10 anos, mesmo com uma inflação aparentemente baixa.
A deflação, por outro lado, é temida pelos governos porque valoriza o dinheiro ao longo do tempo, tornando as dívidas mais difíceis de serem pagas. Como os governos são frequentemente os maiores devedores, a deflação os prejudicaria significativamente. No entanto, muitos produtos tecnológicos, como computadores e celulares, apresentam comportamento deflacionário, ficando cada vez mais baratos devido ao avanço da tecnologia.
Além disso, bens e serviços controlados pelo governo, como impostos e pedágios, geralmente aumentam de preço acima da inflação oficial, tornando a vida da população mais cara. Para entender melhor a expansão monetária e seu impacto na inflação, observamos os agregados monetários, como M1, M2 e M3. O M2, por exemplo, inclui dinheiro em circulação e depósitos de resgate rápido e é um indicador útil para acompanhar a diluição monetária.
Em resumo, a inflação ocorre quando há mais dinheiro circulando do que o necessário para acompanhar o crescimento da produtividade. Monitorar a oferta monetária, especialmente o M2, é essencial para entender o quanto estamos sendo diluídos economicamente.
Schivas é investidor desde 2006, sobrevivente da crise de 2008 chegando a lucrar com a correção do covid em 2020.
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